sexta-feira, 15 de março de 2013

Uma fanfic que eu gostei e gostaria de compartilhar com vocês.


Você acredita em fadas?

- Como consegue ser tão cabeça dura? – Perguntou Artemis depois que eu disse que fadas não existem. Aliás... magia em si é algo meio bizarro, não? Já não basta aquela vez em que eu fiquei preso naquele maldito elmo! Fadas? Fala sério, aí já é forçar a barra...

- Você lê contos de fadas demais, meu amor. Melhor começar a ler sobre outras coisas. Não é porque a Zatanna sabe alguns truques, e o Aqualad outros que justifique a existência de fadas. Magia... eu até consigo aceitar, com certa relutância. Fadas? Isso é mitologia.


Artemis sempre fica brava comigo por causa dessas cosias bobas de criança. 

- Está certo. Apesar respeite o que eu gosto, esta bem? Vou preparar um lanche para você – disse ela e foi para a cozinha. Estávamos na casa dela, a sós. Suspirei e me acomodei melhor no sofá enquanto folheava um dos livros favoritos da Artemis, Alice no País das Maravilhas. A versão dela já estava bem gasta, a capa de couro muito judiada e com remendos malfeitos, sem contar as páginas amareladas. 

Olhei para a janela. Estava um dia agradável. Uma borboleta grande e negra pouso no peitoril da janela. Aquela coisa era medonha! Nunca havia visto uma borboleta daquele tamanho... ainda mais naquela cor. Suas asas eram levemente pontudas e com falhas. Encarei o bicho por longos minutos, não conseguia deixar de olhar. Uma sensação horrível tomou conta de mim. Senti forte náusea e um aperto no coração...parecia que alguém queria arrancá-lo com as mãos. Uma imagem apavorante penetrou em minha mente... não me atrevo a dizer o que era.

Assim que a borboleta levantou voo, o céu tornou-se cinza num estralar de dedos.

Faltavam apenas três dias para o Dia dos Namorados e eu ainda não tinha comprado nada para a minha arqueira favorita. Estava passeando por Gotham City a procura de algo legal para a minha namorada quando algo passou voando perto do meu rosto. Era a borboleta negra. Comecei a correr. O bicho veio atrás de mim. Comecei a ficar perturbado. Tentei matar a coisa, mas ela virava fumaça quando tentava golpeá-la. Fui obrigado a parar. Percebi que eu estava a apenas dois quarteirões da casa da Artemis.

- Não acredita em mim? – Disse uma voz rouca e sombria.

- Hã? Quem...?

A borboleta negra transformou-se em uma criatura pequena de pele muito branca, olhos grandes e pretos, pareciam duas jabuticabas; cabelos longos e lisos. Suas asas ficaram maiores e mais estranhas.

- Sou uma fada. Eu existo para você? – Disse a “fada”.

Eu só podia estar ficando louco!

- Que droga é essa? Isso é algum tipo ridículo de treinamento do Batman? Estou sendo testado quando a ilusões da mente?

A tal da “fada” olhou-me com profundo ódio.

- Sou a fada da Morte! – Gritou ela e seus olhos ficaram vermelhos.

O que? Cara que piada era aquela? Fada da Morte? Eu mereço...

- Não gosto de descrentes.

- E eu com isso, fada idiota?

A criatura medonha sorriu perversa. Aquela sensação de náusea voltou a tona.

- Então, já que você é tão confiante... Vamos brincar? Posso provar quem eu sou.

- Estou pagando para ver – Desafiei aos risos.

- Uma conselho: se eu fosse você... correia o mais rápido possível para a casa da sua querida namoradinha morta.

- Morta? – Gritei. Mesmo vindo de um bicho nojento como aquela suposta fada aquilo me deixou apavorado. Minha amada... não. Não podia ser...


Cheguei tarde demais. O mundo parou de girar ao meu redor. Artemis estava morta, toda ensanguentada. A fada, agora em tamanho de gente, estava acomodada no sofá. Ela sorria satisfeita.

- Acredita em mim?

Um ódio imenso dominou meu corpo. Joguei-me no chão. Aquilo não podia estar acontecendo... Havia sangue pelas paredes, pelo chão... Aquela maldita fada matara minha amada brutalmente! Ela ria! E aplaudia!

- Eu disse que sou a fada da Morte, não disse?

- FADAS NÃO EXISTEM! – Gritei o mais alto que pude.

O chão começou a tremer fortemente. Senti algo pesado cair aos poucos sobre meus ombros. Faltou ar, senti algo desprender-se do meu corpo, minha vida passou como um filme diante dos meus olhos.

Quando dei por mim eu estava em uma floresta fria e densa. As árvores eram enormes e retorcidas. Eu podia... quase jurar que elas possuíam, no tronco, olhos fundos e sorriso paralisado. Seus galhos movimentavam-se como se fossem braços humanos realizando movimentos rítmicos. O solo era de um grama cinza, húmida e pegajosa.

- Vamos brincar, tudo bem? Se conseguir me provar que ama sua namorada, eu a trago de volta. E para isso... terá apenas que passar por três desafios. Coisa simples. – Disse a fada.

- ISSO NÃO É REAL!

- Vai ficar preso aqui para sempre caso não me obedeça. Nunca mais tocará em sua amada, nunca mais terá sua vidinha medíocre de volta.

Real ou não... pesadelo, ou treinamento da equipe, a vida da minha amada estava em jogo. Sonho ou realidade, a fada pegou-me em meu ponto fraco.

- O que tenho que fazer? –perguntei. E me arrependi! Senti um bafo nojento nas minhas costas... quando me virei dei de cara com um animal que parecia um lagarto do tamanho de um jaguar. O bicho tinha o corpo coberto por pequenos espinhos, um par de chifres afiados, olhos vermelhos em fenda e grandes asas. Ele rosnava e arranhava o solo.

- Quero o coração desse dragão. Você tem vinte minutos. – Disse a fada e voou para o alto de uma árvore. O dragão soltou um alto rugido e cuspiu fogo em direção ao céu. Tentei correr na esperança de cansar o dragão, mas é claro que ele não me deu moleza. O animal destruía tudo que encontrava a sua frente. Em poucos minutos eu fiquei cercado por fogo.

- Seu tempo está acabando! – Gritou a fada.

E o que podia fazer, droga? Foi então que notei algo brilhando perto do dragão. Encarei-o. Ele acompanhava cada passo meu. Percebi que era uma espada, a coisa brilhante. Ela estava gravada em uma pedra. Gostaria de ser o rei Artur, pensei. Corri em direção a espada.

- Dez minutos! – Gritou a fada.

Aquela porcaria não saia! O dragão ameaçou cuspir fogo em minha direção. Por mais que eu puxasse... Larguei a espada e pensei em outra coisa. Chamei a atenção do dragão e voltei a correr e desviar das rajadas de fogo. Estava ficando quente demais. As arvores estavam ameaçando a desmoronar. Consegui fazer deixar o dragão confuso. Uma das arvores cedeu e caio em cima do dragão, prendendo-o por algum tempo.

- Cinco minutos! – Gritou a fada animada. Voltei minha atenção para a espada. Eu precisava salvar a minha Artenis! Precisa sair daquele pesadelo! O dragão conseguiu se livrar da árvore. Wally, socorro! Estou presa! Não estou morta! Por favor, me tira daqui! A espada cedeu. O dragão avançou.

Abri os olhos. Foi tudo muito rápido. Eu tinha conseguido reunir forças e gravar a espada bem no coração daquele monstro. Girei o punho da espada para a esquerda e com um forte puxão consegui arrancar o coração dele.

- Muito bem – disse a fada batendo palmas. O incêndio sumiu. Simples assim!

- Artemis está viva – disse e entreguei o coração do dragão à fada.

- Tome isso – ordenou a fada e entregou um fraco com um líquido estranho dentro.

- Que isso?

- Cicuta. Se quiser chegar onde está sua amada... beba isso.

- Eu vou morrer! Isso é veneno! – Gritei. O coração do dragão estava pulsado nas mãos da fada.

Wally... você me ama? Não quer ficar comigo?

- Tá! Eu tomo... pela Artemis.

Foi rápido.

Aquela fada estava me enlouquecendo. Fui parar em um lugar que parecia um pântano. Eu sentia mais necessidade de espirar. Olhei para cima. O céu estava carregado de nuvens pesadas e escuras. Aqui e ali havia pessoas caminhando moribundas. Pareciam zumbis. Corvos sobrevoavam o céu. Nunca desejei tanto acordar de um pesadelo...

- O veneno foi o segundo desafio – disse a fada. Dava para piorar?, pensei.

- Pare com essa besteira de desafio! Onde a Artemis? – Tentei avançar para cima dela, mas a corja transformou-se em fumaça.

- Ainda não acredita?

- Onde está a Artemis?

- Está vendo aquele lago a diante? Seu próximo desafio é muito simples: pule no lago e pegue a chave dourada que está no fundo. Essa chave abre a cela onde sua querida amada está presa. Assim que pegar a chave, será levado para a cela. Você tem quinze minutos. – A fada sorriu para mim.

Corri até o lago e mergulhei. A água estava muito suja de barro. Senti meu corpo pesar, algo puxava-me para o fundo. Isso não é real, pensei. É apenas um sonho. Uma forte sensação de cansaço me envolveu, meus movimentos ficaram cada vez mais difíceis e duros, senti meu corpo enrijecer aos poucos.

Meu amor, pare com isso! Estão me machucando... preciso da sua ajuda, por favor...

AAh! Que droga! Aquilo estava me enlouquecendo!

- Cinco minutos – A voz daquela fada... não, eu precisa manter o foco: salvar a Artenis. Tudo por ela. Tudo.

Peguei a chave.

Meu tempo estava acabando. Agora eu estava diante de uma caverna. Entrei devagar. O teto era baixo, eu quase não conseguia ficar de pé. Quando eu apenas ameacei dar o próximo passo, escutei passos atrás de mim. Sem olhar para trás, sair correndo. Correr abaixado é péssimo! Gritos ecoaram por todos os lados. Nem quis saber o que é que estava me seguindo. A luminosidade da caverna vinha das paredes cobertas por pequeninas pedras verdes e brilhantes.

Wally! Estou aqui!

Avistei uma cela. Havia alguém preso lá.

- Artemis! – Gritei.

- Três minutos... – a voz da fada.

Tropecei. Alguém agarrou meu tornozelo. Eu estava apenas a pouquíssimos do ferro da cela. Artemis estava lá, fraca, pálida e muito ferida. Ela esticou o braço. Havia lágrimas em seus olhos. Droga! Eu devia ter ficado com a espada! Consegui dar um forte chute na cara de quem quer que seja que estava me seguindo e agarrar o pulso da minha amada.

- Eu acredito! Juro que acredito! Acredito!

Silêncio.

Mãos suaves acariciaram meu rosto. Abri os olhos devagar...

- Artemis! Você está bem! – Levantei em um pulo, abracei minha garota favorita e a cobri de beijos e pedidos de perdão.

- Eu te amo! Te amo muito! – Disse com toda sinceridade possível.

Eu não queria soltá-la. Nunca mais. Olhei para a janela. A borboleta negra estava lá, olhando para mim.

Estou de olho em você. Wally, você acredita em fadas?

tirada de http://justicajovembr.blogspot.com.br/ de uma olha nesse blog ele é muito bom ;)




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